Olá pessoal,
Há algumas semanas, conheci o trabalho de Bruna, realizado com muita dedicação neste Blog, através de meu grande amigo Tonny, o qual também está fazendo parte deste projeto. Gostei tanto do trabalho de ambos que me convidei para fazer parte deste mundo! Fui recebida com muito carinho pela Bruna e aqui estou, com uma coluna no Blog, a qual será postada toda sexta-feira.
Primeiramente, quero agradecer à Bruna pela oportunidade e, também, ao meu amigo Tonny por toda ajuda prestada nos últimos dias.
Em segundo lugar, quero me apresentar aos fiéis leitores deste espaço. Meu nome é Jacqueline Anciutti. Sou Bacharel em Direito e Especialista em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior. Contudo, sempre estive muito ligada à música e artes. Gosto muito de viajar e conhecer pessoas. Sou pianista e às vezes dou uma de cantora! No momento, estudo música no Conservatório de Música Popular de Itajaí (SC) e dou aulas de piano.
Assim, pretendo postar assuntos sempre relacionados à música, dança, artes e viagens. Quero explicar que o post de hoje está um pouco extenso, pois há muita informação para dividir com vocês. Mas vale a pena ler até o final! E para começar, vou falar sobre música.
Apesar da tragédia que acometeu nossa cidade de Itajaí (SC) e região nos últimos dias, posso dizer com toda certeza que a primeira semana deste mês foi maravilhosa! Do dia 3 ao dia 8 de setembro tivemos a realização do 14º Festival de Música de Itajaí. Este Festival é um projeto realizado pelos músicos da cidade e região, e vem dando certo há 14 anos. O Festival acontece todos os anos, normalmente no mês de setembro. Sendo que apenas nos anos de 2009 e 2010 o Festival foi realizado no mês de novembro.
Neste ano, o Festival foi aberto com a presença de Arnaldo Antunes (SP), estreiando a turnê “Ao vivo Lá em Casa”. O DVD, baseado no álbum “lêlêlê”, foi lançado em comemoração aos 50 anos do artista e foi gravado em sua própria residência. Ao seu lado e em um clima totalmente familiar, a banda é formada por Edgard Scandurra e Chico Salem nas guitarras, Betão Aguiar no baixo, Curumin na bateria e Marcelo Jeneci nos teclados. No repertório estão canções como “Invejoso”, “Envelhecer” e “Sua Menina” do álbum “lêlêlê”; “Pra Aquietar”, de Luiz Melodia e “Vou Festejar” de Jorge Aragão, Noeci Dias e Dida.
No segundo dia de Festival, tivemos a ilustre presença de Alegre Corrêa Quarteto (Alemanha/Brasil). Em 2010, Alegre Corrêa recebeu o prêmio mais importante de sua carreira, o GRAMMY AWARDS, como guitarrista do disco 75, de Joe Zawinul & The Zawinul Syndicate (Heads Up International), na categoria “Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo”. Com ele subiram ao palco Guinha Ramires (SC) no violão, o gaitista brasiliense Gabriel Grossi e o guitarrista e compostior aclamado internacionalmente, Wolfgang Muthspiel (GER), em um show inédito no Brasil, interpretando composições autorais. Estive presente no show para apreciar o trabalho de Alegre e fiquei impressionada com o domínio que este artista tem com a guitarra, além de também fazer um ótimo trabalho na bateria e percussão. Alegre Corrêa é influenciado por diversas vertentes da música brasileira como samba, bossa nova e MPB. Vale a pena conferir!
Gabriel Grossi e Alegre Corrêa
Wolfgang Muthspiel
No terceiro dia, tivemos o show Cirandinha da cantora catarinense Giana Cervi (SC) com a participação de diversos artistas da região. A artista Giana Cervi é muito respeitada na região e vem, a cada dia, ganhando mais destaque pelo seu talento e carisma. Ela é uma das professoras do Conservatório de Música Popular de Itajaí, onde eu já tive o prazer de fazer aulas com ela. No maravilhoso espetáculo, a artista interpretou canções de artistas do cenário musical alternativo catarinense como meu querido Vê Domingos e Rafaelo de Goes, os quais sempre tenho o enorme prazer de encontrar. A banda, também formada por músicos da região, alguns inclusive meu professores, foi composta por Edilson Forte (Tatu) “destruindo” no piano e teclados, Ricardo Pauletti no cavaquinho violão e violão de 12 cordas, Ozéias Rodrigues na guitarra, viola, cavaquinho e violão, Chico Preto na percussão, Duda cordeiro nos contrabaixos, e Mariozinho na bateria. Além da participação especial de Evandro Hasse nos sopros e DjDeco na Pickup.
Giava Cervi
A quarta apresentação, dia 06 de setembro, ficou por conta de Roberta Sá & Trio Madeira Brasil (RJ). Este foi um dos shows mais esperados e elogiados. Recentemente premiado em duas categorias (melhor álbum e melhor Cantora de MPB) durante o 22º PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA, “Quando o canto é reza” é o resultado do encontro da talentosíssima cantora Roberta Sá e do Trio Madeira Brasil, de Marcello Gonçalves, Zé Becker e Ronaldo do Bandolim, com o universo musical do compositor baiano Roque Ferreira. Em “celebração à deusa música” a união revela a versatilidade do compositor passeando por diferentes ritmos, como maxixe, samba carioca, coco, maracatu, ijexá, ciranda, afoxé, samba-choro e samba-de-roda. O som de Roberta Sá & Trio Madeira agrada tanto o ouvido popular que o Teatro Municipal teve seus ingressos esgotados!!!
Roberta Sá
O último espetáculo, dia 07 de setembro, foi apresentado pelo grupo Trio Corrente (SP) – Fabio Torres no piano, Paulo Paulelli no baixo e Edu Ribeiro na bateria – juntamente com o grande guitarrista norte americano Mike Stern. O Trio Corrente vem criando um som original, interpretando de forma única os clássicos do choro e da MPB. A dinâmica e a integração, apresentada pelo grupo, deixa qualquer um de “queixo caído”! Neste show, eles convidaram o guitarrista Mike Stern, ganhador de seis prêmios GAMMY. Mike sempre chamou a atenção por transcender a forma clássica dos estilos musicais, absorvendo elementos do rock, do blues, do soul e, principalmente, do jazz. Particularmente, este foi o melhor show, não só do festival como o de todos em que eu já assisti até o momento. As composições apresentadas são envolventes, tocam a alma e emocionam! Eu mesma enchi os olhos de tanta emoção! Consegui falar rapidamente com Mike e, inclusive tirei fotos ao seu lado. Ele é um cara muito simples e simpático, definitivamente viciado em música!!! Ouviu-se muito ele falar: “I wanna play! I wanna play!”. Vale muito à pena conferir o trabalho, não só de Mike Stern, como o do Trio Corrente. Ambos de alta qualidade.
Trio Corrente
Mike Stern
Além dos shows, o Festival contou com ensaios abertos, oficinas de música (a maioria ministradas pelos próprios artistas convidados), bem como rodas de choro e jam session todas as noites, após os shows.
Com relação às oficinas, posso relatar sobre as três oficinas em que fiz, sendo que duas destas não puderam ser concluídas em virtude das cheias. A primeira oficina foi com o grande pianista, arranjador e compositor Fabio Torres, gente finíssima e, além do dom de tocar, também possui o dom de ensinar. Fabio já trabalhou com grandes nomes da MPB como Zizi Possi, Ivan Lins, Milton Nascimento e Chico Buarque. Venceu o 3º prêmio Nascente em 1993 e foi um dos 5 finalistas do 1º Prêmio Visa de Música Instrumental em 1998. Tem dois CDs lançados com o grupo Trio Corrente (2003 e 2008) e em 2009 lançou seu Cd autoral (o qual adquiri do próprio Fabio e com direito à autógrafo, e só posso dizer que é incansável de ouvir) Foram apenas quatro dias em contato com este talentosíssimo pianista, mas foram as melhores quatro aulas de piano que já tive em minha vida. Nas aulas, tivemos noções de ritmos e como executá-los no piano, além de aprendermos a ter uma relação mais íntima com o instrumento que tocamos e uma forma mais ampla de visualizar e sentir as notas e os acordes.
Oficina de piano com Fábio Torres
A segunda oficina que participei foi “Canto – Uma Expressão: Princípios Básicos de Técnica Vocal”, ministrada pela cantora profissional, professora há 17 anos e autora de três livros sobre técnica vocal, Tutti Baê (SP). O enfoque foi para o conhecimento e aprimoramento da respiração, articulação e ressonância, e a importância da técnica para o desenvolvimento da voz e saúde vocal. A Tutti é maravilhosa, além de linda, é muito simpática. Esta oficina foi muito importante, comecei a entender como e de qual forma devemos utilizar nosso corpo para o canto, sem prejudicá-lo e deixando nossa voz cada vez mais desenvolvida e bela.
A terceira, e última oficina que frequentei, foi com o pianista, organista e carismático francês Benoit Sourisse. Professor na Escola Didier Lockwood (atualmente considerada a melhor escola de jazz na Europa) em Paris. Também já ministrou aulas no Conservatório Superior de Lyon (CNSMDL). Mantém um duo com Andre Charlier que faz concertos no mundo inteiro. Possuem 4 álbuns na sua discografia. Benoit é um dos melhores pianistas franceses com um suingue incrível e um professor requisitado. A oficina abordou o tema Jazz Piano e Orgão. Na aula tivemos noções de improvisação no jazz e no blues. E para aqueles que desejam iniciar a improvisação, o blues é um bom caminho.
Participar de eventos como este é sempre gratificante. Há riquíssimas trocas de experiências, muita aprendizagem, novas amizades, muita diversão e claro, muita música e de ótima qualidade! Aqueles que tiverem oportunidade de participar de eventos de tal magnitude, não deixem a chance passar em branco! Vale muito á pena! Ao final de encontros musicais e artísticos como este, saímos com a alma lavada, o espírito sossegado e o coração repleto de amor e alegria, sejam pelas pessoas que conhecemos como pelas canções que nos invadem os ouvidos.
Para este Festival ainda tínhamos confirmado a presença do grupo Barbatuques (SP), Quarteto em CY (BA) e Spokfrevo Orquestra (PE). Contudo, infelizmente e com muita tristeza esta grande semana musical teve que ser cancelada em virtude da enchente ocorrida em Itajaí e grande parte do Estado de Santa Catarina. Só nos restou aquele gostinho de quero mais... Ainda bem que ano que vem teremos mais música.
Termino este primeiro, e longo post, com o dizer do meu mais novo amigo, Fabio Torres, sobre a utilidade de suas composições: “(...) Mas a coisa ainda anda incompleta: suponha que, numa madrugada silenciosa, uma dessas melodias encontre ouvidos atentos e traga alento a um espírito desassossegado, ou mesmo faça brilhar um olhar opaco... Se isso acontecer uma vez sequer, eu não terei mais dúvida alguma sobre a utilidade destas canções”.
Espero que tenham gostado! Aquele abraço, um ótimo final de semana a todos e até a próxima.
Jacqueline A.
Além do clássico de Caetano, Chico Buarque também entrou no "samba". Rita é capaz de chamar atenção até músicas já batidas, como a História de Lilly Braun, música fruto da parceria entre Chico e Edu Lobo. Já a canção Perfeitamente (Fred Martins e Francisco Bosco) é uma amor antigo da cantora. "... é da fase de pré-produção do Segundo. Chegamos a gravá-la, mas na hora do quebra-cabeça que é montar a ordem do disco, fiquei com a sensação de que talvez eu não fizera jus ao que era realmente a força e beleza daquela canção. Mas nunca mais a esqueci. Agora, uma reprodução quase fiel do arranjo de 6 anos atrás", conta a cantora.
